segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Estão a bater à porta. De cada lado da fechadura algo acontece (e como apetece: um olhar).
É assim uma casa: começa quando o dia se extingue (cedo se enche de corpos que se esvaziam do dia) como uma fonte nunca cessa de entornar seu nascimento.
Escuta: estão a bater à porta são esses os alicerces de uma casa (a mão da mãe? O pé do pai?) uma casa não se ergue pelo lugar da porta, mas pelo que em cada transpõe essa ferida (essa fácil abertura). O fim de tarde escorre (os pátios ardem de luz) ouves agora?
Estão a bater à porta. Que se defenda...
João Luís Barreto Guimarães

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